Just keep going

Todo mundo diz como se fosse fácil: tudo que você tem que fazer é continuar escrevendo! Um dia você vai olhar pra trás e sentir tanto orgulho do compilado de obras produzido por você.

Agora vou falar a verdade, ou pelo menos a versão da verdade que me consome nessa noite vadia de abril, é muito difícil continuar escrevendo quando você sabe que ninguém jamais vai ler o que você escreve.

Eu não tenho mais a fúria da juventude ou a inocência de achar que eu escrevo bem o bastante pra que alguém queira ler as besteiras que eu escrevo, e é claro que a esperança não morreu porque a danadinha não morre mesmo, mas a vida deixa um gosto tão amargo em tudo que eu toco que cada dia fica mais difícil escrever.

Eu sei que grandes autores só foram fazer sucesso muito depois da minha idade, ou mesmo depois de mortos, mas eu não sou uma grande autora, eu sou só eu.

Uma pessoa insignificante que escreve sem profundidade sobre assuntos complicados demais para meu potencial finito.

Eu estou escrevendo o livro lá que falei que ia escrever, não tenho nada pronto, estou escrevendo a mais de uma ano uma história que já está na minha cabeça a um milhão de anos, mas como diria StarTrek em deep space nine: Não é linear.

Tem dias que eu sinto que a história vai sair, que tudo vai dar certo, no dia seguinte eu já esqueci que sou uma escritora, porque a verdade é que não sou, eu não nada mais.

Eu sou só mais uma garota interrompida, mais uma sobrevivente lutando contra um dia de cada vez.

Eu não sei se vou conseguir publicar mais um livro algum dia, provavel que não, e nem sei se eu conseguisse o que eu ia querer com isso.

Enfim, eu provavelmente vou apagar esse blog em algum momento como apaguei meu Blogspot inteiro, mas não tem problema porque ninguém lê essa merda mesmo.